sábado, 27 de fevereiro de 2016

Quase tudo

Por si, por cima de tudo,
tudo passa, tudo se estende.
E lá se vai e se anuncia
mais um delírio
entorpecente.

A paralisia é sua. É dele.
É dela e daquele.
A qualquer um pertence.
É de qualquer pessoa.

Mas se o antídoto há,
e é movimento;
É canto, é folia;
É oração e penitência;
É coração e ousadia.

Não é mais que tudo,
não é mais que nada.
Não é mais que a noite,
não é mais que o dia.

Mas não se disse quase tudo,
pois quase tudo ainda há,
ainda vai, ainda está
por sonhar e por pensar,
por amar e por dizer.

Dizendo quase tudo,
quase tudo será.
Quase tudo irá  brotar,
irá nascer, irá crescer.
Revigorar então irá
para brilhar, para viver
e, então, quase parar,
quase apagar,
quase morrer.
Por si, por cima de tudo.

Quase tudo.