domingo, 10 de março de 2024

Londondream

Planícies, gramíneas,

ventos frios,

aquecem agora

meus sonhos,

o meu coração.


Longe de muitos

ainda sou eu,

quase perdido

em mim, em você,

que vem.


Que fala,

que exala

um amor

assim,

que é todo, 

e que

é ainda mais

amor 

em si, 


amor 

que é

nosso.


que fica,

que vive,

que chora 

a sua própria

ausência,

essência

de chorar

de saudades...


da pele

do rosto

na pele

do rosto,

no olhar

imenso

dentro do

outro,

como 

não outro.


Não,

não há 

como

não pedir

em mim

a sua

presença,

pretensa

maior

felicidade,

acima

de tudo.


De tudo

e mais ainda,

pois é

poder

de não

se saber

o que é 

isso tudo


tudo

que é mais 

que tudo,

maior

que todos...


...que todos

os tudos,

que todos

os mundos.



https://youtu.be/CfsTfmFNV_c?si=aJv_-zEWfPnsKkRU




sábado, 3 de fevereiro de 2024

Cada um segue a sua sombra

 


Já existiria o negro

antes da escuridão

da noite?

E o verde 

antes das plantas?

E assim,

o amarelo e o Sol?

e o azul do Céu?


Já existiria a minha

sombra,

antes da sua luz,

de todas as luzes,

e antes de mim?


E os nossos

olhares

antes de

tudo o que é olhar,

e os olhares dela?


Já existiria

um caminho de amor

antes de mim,

antes de vocês?


Nunca seriam 

essas dúvidas

tão certas 

e tão nossas.


Nossas sombras,

mesmo que

sem cor,

a essencia...



...de todos os

nossos tons

de imensas

dores,

imensos

amores.


                                                                          De Enzo e pai 

                                                                          para a nossa

                                                                          flor mais singela,

                                                                         com sol e sombras,

                                                                         com noite e silencios,

                                                                         assim, em tudo.












domingo, 28 de janeiro de 2024

Rosa-Sharma-Valdivia

Nossas histórias,

muito mais

do que tudo aquilo

que lembramos,

e muito além,


são aquelas

que nos une

em torno de pessoas

que  nos receberam,


cuidaram de nós,

e nos tornaram

mais fortes,

gentis, amáveis...


e, humanamente,

nos  mostraram

muito mais 

de nós mesmos.


                                                para meu querido Surja, in memoriam







quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Pancuatis

O que faz girar esse

Sol sozinho 

e aquela  Terra

eterna 

sem sua igual

até esse 

segundo?


E o mundo

mudo 

desses corações 

girando 

humanos

até tontear

as cabeças

das suas almas?


O que nos dá 

a vida

verdadeiramente

vã e vadia?


Genuina vai,

cada consciencia 

de ser e estar 

nestes abstratos

e concretos

complementares

mundos 

com 

e

sem

você....


...fazendo beijos

que nascem e

morrem

beijando

neblinas.







https://www.youtube.com/watch?v=DaJVIeF2QLk








quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Evoeidadamente




Não sei se sou ainda

seu encanto, seu manto,

algo em si que há,

pra você pensar.


Só sei que vem

em mim, você,

ainda assim,

me vendo, 

em algum lugar.


De onde só sei

que escrevo

sabe-se lá

pra você ficar

em mim,


em silêncio

me ouvindo

palavrariar

o amor

de sempre

que  não finda

e nunca

 irá findar.


Mundo afora,

daqui até lá,

mais distante,

sempre existirá

pra não morrer,

sem você saber

que nada se 

sairá,

sairandomundo.


O fim de tudo

morre, a cada segundo,

dentro do meu olhar

e os teus monumentos

meus, no mundo 


dos seus

olhos, lábios, 

cheiro petular,

da alma que é só sua,

só me faz ficar.




















Neotestamentário



Não sou eu

designando movimentos

devidamente vitais e virais

nessa era derradeira

de corpos desmedidamente

numedestituídos.


Não se deve ter razão

para mudar o mundo?

Só mesmo crer

na transformação

de si em si mesmo?


Teimas da alma,

afinco que vibra,

tenaz mania visceral,

sempre quase banal, 

mais jazz ainda.


Diferenças em mim

farão as mudanças,

menos naquilo

que tenso penso,

que sou sem mim

até você aí.


Só não há

sorriso final

nas minhas mãos, 

sempre profusas

em nenhum lugar,

apertadas nas suas...


...um só agraciado,

descomedido,

perpétuo e brando,

jubiloso e único, 

eterno, 

caído "fenal"

nunca nosso

perfeito momento.












domingo, 30 de julho de 2023

O último segundo



Como será

aquele momento,

sem olhos,

fóton-fenton,

aquele intento?


Não,

talvez o poeta

quando vá não saberá, 

nem padeçará,

de fato, não irá.


Pois detém 

a certeza

de que tudo é

essencialmente

ingênuo, inócuo,

leviano, 

nanoneamente

incerto.


Quase nada

de fato,

na imensidão

de tudo,

se sabe.


E a incerteza

é a única túnica

que tudo veste

que tudo pode, 

podia,

ou não,

não poderia.


Só passar

ou ficar,

ressurgir 

ou não,

como uma eterna luz

além da estelar,

imune

ao veneno 

do tempo.


Só ela pode estar

certa agora,

que o poeta ali, 

incerto, 

quase sem corpo,

é talvez aquele

que nunca, 

inexato,  

errou,


nem nunca acertou,

nem nunca morreu,

nem imaginaria,

que ainda 

nem nunca ficaria.


Faria ou fará 

pragmática diferença

sem a mais pura 

e desumana

pacata intenção?


Que felicidade 

desmedida 

seria passar e,

de certa forma,

entre seu 

último átomo 

e a sua luz,

se perceber ainda.