sexta-feira, 15 de julho de 2022

Luan Veron




Um anjo 

que entra 

por mais uma fenda 

deste desatento 

instável 

universo

em verso,


e cai humano

em mim e você,

sem distinções,

de um ou de ambos,

é o que somos.


Como um abraço 

que não se desata  

nem nesta Terra

branda e branca

quase sem luz


percebe

o que ainda,

só em sonhos,

quase não fomos,

quase não somos.


De certa forma

não há olhares

menos valiosos

onde quer 

que seja.


Olhar

de querubim

que somos nós

a nos salvar

de tudo,


do fim dos tempos,

das bombas bandidas,

de todo susto,

de toda surpresa,

das infames e gigantes

distopias.


Nos nossos braços

deste anjo,

sem eu, sem você,

flutuaremos nós

quase seguros.


Quase felizes

quase em silêncio,

para nós mesmos,

nós fomos, 

nós somos.


Una, coesa,

intrépida,

imperecível luz, 

eternamente,

encantada

e amorosa de nós.




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