quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Evoeidadamente




Não sei se sou ainda

seu encanto, seu manto,

algo em si que há,

pra você pensar.


Só sei que vem

em mim, você,

ainda assim,

me vendo, 

em algum lugar.


De onde só sei

que escrevo

sabe-se lá

pra você ficar

em mim,


em silêncio

me ouvindo

palavrariar

o amor

de sempre

que  não finda

e nunca

 irá findar.


Mundo afora,

daqui até lá,

mais distante,

sempre existirá

pra não morrer,

sem você saber

que nada se 

sairá,

sairandomundo.


O fim de tudo

morre, a cada segundo,

dentro do meu olhar

e os teus monumentos

meus, no mundo 


dos seus

olhos, lábios, 

cheiro petular,

da alma que é só sua,

só me faz ficar.




















Neotestamentário



Não sou eu

designando movimentos

devidamente vitais e virais

nessa era derradeira

de corpos desmedidamente

numedestituídos.


Não se deve ter razão

para mudar o mundo?

Só mesmo crer

na transformação

de si em si mesmo?


Teimas da alma,

afinco que vibra,

tenaz mania visceral,

sempre quase banal, 

mais jazz ainda.


Diferenças em mim

farão as mudanças,

menos naquilo

que tenso penso,

que sou sem mim

até você aí.


Só não há

sorriso final

nas minhas mãos, 

sempre profusas

em nenhum lugar,

apertadas nas suas...


...um só agraciado,

descomedido,

perpétuo e brando,

jubiloso e único, 

eterno, 

caído "fenal"

nunca nosso

perfeito momento.












domingo, 30 de julho de 2023

O último segundo



Como será

aquele momento,

sem olhos,

fóton-fenton,

aquele intento?


Não,

talvez o poeta

quando vá não saberá, 

nem padeçará,

de fato, não irá.


Pois detém 

a certeza

de que tudo é

essencialmente

ingênuo, inócuo,

leviano, 

nanoneamente

incerto.


Quase nada

de fato,

na imensidão

de tudo,

se sabe.


E a incerteza

é a única túnica

que tudo veste

que tudo pode, 

podia,

ou não,

não poderia.


Só passar

ou ficar,

ressurgir 

ou não,

como uma eterna luz

além da estelar,

imune

ao veneno 

do tempo.


Só ela pode estar

certa agora,

que o poeta ali, 

incerto, 

quase sem corpo,

é talvez aquele

que nunca, 

inexato,  

errou,


nem nunca acertou,

nem nunca morreu,

nem imaginaria,

que ainda 

nem nunca ficaria.


Faria ou fará 

pragmática diferença

sem a mais pura 

e desumana

pacata intenção?


Que felicidade 

desmedida 

seria passar e,

de certa forma,

entre seu 

último átomo 

e a sua luz,

se perceber ainda.









Para Mia


Numa tarde quase perdida

decidimos sentar os três

Eu, Ela e Mia,

para brincar de

"Não vale explicar".


De Mia para Ela:

O que é Perdoar?

Dela para Mia:

-Perdoar é...

...perfumar o coração.


Dela para mim:

- O que é um Navio Fantasma?

Penso...  ...Como se a vida fosse um mar...

...É aquilo que me leva

numa viagem longa

com segurança

para perto dela...

...mas sem nunca 

chegar a ela.


De mim para Mia:

O que é, 

o que será enfim,

Amar, Amar, Amar?

- "Amar é ...

   ... espantar fantasmas".




https://www.google.com/search?q=The+Music+of+Glen+Deven+Ranch&oq=The+Music+of+Glen+Deven+Ranch&aqs=chrome..69i57j33i160.1740j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8





quinta-feira, 8 de junho de 2023

Bardiano

Tudo paira

em uma 

beleza

desmedida


que vem

de você

bem longe

sem nada

em tudo


desnudo

de tristeza,

de glória,

de gente.


Tudo é você

sem você.

Aí não se 

morre nunca.


Só se vê

sem olhar,

sem sentir

a falta


a dobra

de um mundo

de sempre,

gigante

eterno


que, 

difuso,

sempre será

assim

e não.



https://www.youtube.com/watch?v=f9Ui6Bjvx_8


https://www.youtube.com/watch?v=jYwrz7muVw8