quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Cimitarra


Teus olhos e o olhar.
Um  momento.
Ver o vento naquele espelho
da lâmina do tempo.

Entendo.

Entrevejo tão distante
tua distância raiada.
Minha sina, minha espada,
minha culpa alada.

Teu sabor
ao pudor do sulco
que a linha do golpe deixou.

Dócil dalila
amante
de descomunal
temperança.

Força que suporta o mundo
tão frágil
em gelo,

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Algo como a música?

O que é a consciência primitiva
se não, a capacidade de
perceber a quantidade.

Criamos, assim, os números
e construímos com eles
a representação da nossa realidade.

E é essa invenção,
aparato que se insinua perfeito,
que nos limita
e nos submete
àquilo que a natureza
nos apresenta
como sendo o "tempo".

Como seria a percepção do tempo
sem a existência dos números?