Os olhos se abrem
porém, tão belos não sabem
que não podem
parar de escrever
poemas só de olhares.
Breve!
Se sabe,
que não há nenhum lugar a chegar
Se sabe,
que não há nenhum lugar a chegar
para se admirar para sempre.
Escrever. Pausar. Ficar.
Morrer um pouco.
Eclodir, apagar-se.
Morrer um pouco.
Eclodir, apagar-se.
Não!
Se sabe,
que paraíso é apenas uma escolha
Se sabe,
que paraíso é apenas uma escolha
que temos que fazer todos os dias,
a cada momento.
Nascer um pouco.
Entreabrir, cintilar-se.
Nascer um pouco.
Entreabrir, cintilar-se.
Sempre.
Se sabe,
que há quem se veja
Se sabe,
que há quem se veja
fora do lugar
durante toda a sua vida.
Se há um outro olhar assim
deveras permeiam-se
de uma forma
de uma forma
que nem um outro
olhar em vão
olhar em vão
conseguirá.
Capta-se assim bem lá no fundo,
a ambivalência mutante,
a ambivalência mutante,
do que há de mais profundo
lá, no inimaginável:
sua queima lenta no tempo.