quinta-feira, 15 de junho de 2017

Quem tem a posse de todos?

A minha leitura
desta poesia
que é sua
desmistificadamente lida,
relida, polida,
pela nossa recorrente leitura
satura a minha determinação
de ser um poeta morto
que seria só seu.

Reage, refaz,
reedita a escrita,
para compor
o esplendor
do verso em luz
que cega
o meu querer
escrever
só para um,
só para você.

Acabando-se
naquele
que se parece
único,
inicia-se
noutro
que se parece
de todos.


https://www.youtube.com/watch?v=RCMXO9sBIcU

https://www.youtube.com/watch?v=8DSeZji2x-Y


sábado, 10 de junho de 2017

A Desenhista

Invente o seu tempo.
Tente, frente a frente.
Além das aparencias
e dos fatos aparentes,
enfrente,
sempre em frente.
Sorrindo, cantando, desejando
interminavelmente.
Desenhe, desenhe, desenhe,
por que não,
o amor presente.
Que ele te sustente,
sua coluna, punho,
suas idéias,
seus olhares,
em todos os lugares,
em todos os tempos.
                                                                                                             para Monimax.










sexta-feira, 9 de junho de 2017

Poema injustificado

                   São, são cantos, são quatro cantos santos.

   Daqui até ali, ponto a pena e risca.
                       
Piso não, teto não, pisca pisca só aqui.

Siriri, jabuti, drogas alucinógenas.

                    Fim de prosa até acabar.

  Nada segura, nada sustenta, esse fino não físico fio.

                    Bola aqui não tem corpo.

                                          Acabando a rota reta, está na testa
                                          da textura que te fascina,
                                          facínora destas linhas
        que poderiam
        estar vazias,
                             frias sem os riscos,
                             inacabadas sem os cantos,
                mortas sem as pontas.




                     

Suna, Som e Suna

Semear, pois não seria,
a mais ruidosa cantoria
entre mundos mudos
sem silêncio,
fadada incoerência,
sem mais nada a delatar
na falácia que é a noite
sem estrelas, sem lua,
sem as luzes quase escuras
sobre os morros,
sobre as ruas,
das janelas e dos quartos,
sem sussurros,
sem madrugadas,
sem mais nada...


...sem aquela presença sem vestes,
sem as minhas, sem as suas,
sem as nossas inconfundíveis
sarracenas mulheres nuas.