segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Parler de lui à ce sujet ou Le sourire précieux sur la pierre


Pranto, encanto, olhar assim
tão manso.
Aquele sorriso.
Tudo tão além daqui,
além do humano
do pranto, do encanto,
olhar assim tão santo,
tão franco, tão manso.

Em silencio prossigo
coletando nomes,
faces, endereços.
Aquele sorriso.
Mais que amigo,
preciso,
inspirado por um anjo manco de mim.
Querubim criado por ti?

Tento assim,
quase livre de ti,
assimilar, entender,
compreender
se lá no fundo do coração
tudo é compreendido,
tudo faz sentido.

Aquele sorriso.

O que havia antes do tempo?
Ele próprio, uma semente de ti,
e tudo que dele brotou, nasceu,
nasce e nasceria.
Ficaria?

Aquele sorriso.

Há coisas que não mudam,
que não mudarão
este chão de tempo,
sem marcas,
sem pedras
mudas.

Me esforço
mas como todo esforço
pressupõe um objetivo,
isto talvez não funcione.
Para ter valor,
não deveria haver nenhum.

Mais uma lição de ética temporal.
Constatações
sobre o dia e a noite.
Sua essência: a alma do Sol
e tudo aquilo que
até aqui foi ela quem
iluminou e criou.


Ao abandonar o passado
não temos como passar
por todos os tempos,
existir,
pois a mente não suporta
o presente como um presente
de ninguém.

Ainda nessa era,
ela ainda não suporta
não ser a lembrança
da sua própria existência.
Suportará?

Aquele sorriso.

Como seria enfim
saber que foi
eu mesmo quem fez
de mim eu
com e sem você.
E fiz você
assim como você
é, e sempre será,
só para mim.

Aquele sorriso
neste tempo,
precioso e infalível,
nesta pedra,
quase invisível.




https://www.youtube.com/watch?v=Vg-0DFNTBm0






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