Como será
aquele momento,
sem olhos,
fóton-fenton,
aquele intento?
Não,
talvez o poeta
quando vá não saberá,
nem padeçará,
de fato, não irá.
Pois detém
a certeza
de que tudo é
essencialmente
ingênuo, inócuo,
leviano,
nanoneamente
incerto.
Quase nada
de fato,
na imensidão
de tudo,
se sabe.
E a incerteza
é a única túnica
que tudo veste
que tudo pode,
podia,
ou não,
não poderia.
Só passar
ou ficar,
ressurgir
ou não,
como uma eterna luz
além da estelar,
imune
ao veneno
do tempo.
Só ela pode estar
certa agora,
que o poeta ali,
incerto,
quase sem corpo,
é talvez aquele
que nunca,
inexato,
errou,
nem nunca acertou,
nem nunca morreu,
nem imaginaria,
que ainda
nem nunca ficaria.
Faria ou fará
pragmática diferença
sem a mais pura
e desumana
pacata intenção?
Que felicidade
desmedida
seria passar e,
de certa forma,
entre seu
último átomo
e a sua luz,
se perceber ainda.
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