domingo, 10 de abril de 2016

De Cunha e Para Ti

Rastro No 1

Surpreendentemente
ao invés de um anjo
uma serpente?
Ou apenas uma alma ordinária,
trazendo nas mãos uma
surpreendente delação,
suposição enigmática,
pretensa ilusão?

Rastro No 2

Recuo, delírio, ataque.
Como brasa nas mãos,
a ofensa, a solidão.
Qual a verdadeira,
inexorável, paradoxal
e vazia razão?
Haveria explicação?

Rastro No 3

"Cobrar" o outro
diante de um aparato (espelho?)
que não se vê,
é lá, parece ser,
quase o desespero,
e é aqui, assim será,
quase o silêncio.

Rastro No 4

Se queres pensar, pense.
Se queres amar, ame.
Se queres andar, levanta-te.
Práticas jamais delegadas.
De fato, o faça através daquele
já esquecido, enfraquecido
mas que ainda pulsa
e habita em teu peito.
Assim, talvez, tanto os sorrisos
como todas as lágrimas
serão transformadores
e, talvez, lhe tragam aquele deslumbramento
tão sonhado, tão necessário,
a partir do patamar
das suas próprias pernas,
bem acima da superfície
do teu antigo terreno.


Rastro No 5

Afinal, quem desenha a felicidade?
E quais são as suas cores?
O vermelho
que expressa
a densidade
da presa
ou o rosa
que expressa
o perfume do tempo?


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