sexta-feira, 29 de abril de 2016

Rastro No 6

Como se tudo isso fosse para mim.
A obra, a arte, a sua sorte.
Sua razão.
Aquela que sempre exige
a calma do olhar prolongado,
a acuidade da contemplação.

Como se tudo isso fosse para mim.
Um feixe apertado de luz,
de grito, de respiração.
Minha emoção.
Um fluxo de escuro quase invisível.
Um silêncio de alta definição.

E então, nunca em vão,
em sagrada lentidão,
uma densa e facial
realidade
a percorrer, a sulcar,
escorrer, evaporar
marcando, assinando,
o indissolúvel rastro
do meu assustado,
renitente, cativo,
seja lá como for,
eternamente encantado,
eterno amor.






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